Na rota das borboletas

Um dia uma borboleta sai do casulo e voa para o mundo. Uma flor recebe sua visita. Ela é bem colorida. Deixa aquela flor exuberante ainda mais enfeitada, alegre, viva e voa. Vai visitar outras flores. Umas mais bonitas, outras menos. Mas visita a cada uma com o mesmo carinho e delicadeza. Entre as da mesma espécie carrega o pólen e gera novas flores, para no amanhã voltar a posar. Ela faz um constante intercâmbio. Não se importa com o local onde a flor tenha nascido:  se à beira de uma vala ou no jardim de um luxuoso palácio. Ela só vê a beleza da flor e mais nada. Não julga. Só quer estar junto.
E um dia  essa borboleta encontra outras borboletas num jardim mágico, florido, cores magnificas, asas multicores. Ela encontra sua metade, cumpre sua função, poe ovos que irão crescer, virar larvas... as peludas lagartas... que também causarão danos, comerão as folhas e estragarão aquela planta de que tanto gostamos.

E um dia, em um dado momento de sua breve existência, ela procurará um lugar seguro numa folha tenra que possa protegê-la do sol e da chuva e ali tecerá em torno de si mesma um casulo... Neste casulo, ela passará por uma metamorfose... e toda metamorfose é dolorosa, solitária.Tem aprendizado, transformação física. Creio que as asas devem doer ao crescer...  novos orgãos surgem... mas em pouco tempo estará pronta.

O casulo se romperá delicadamente e como num passe de mágica, aquela lagarta feia e peluda alçará voo como uma exuberante borboleta. Se posar em alguém será sinal de boa sorte... Um bom presságio... provando que nada na vida é definitivo. Tudo sempre poderá ser mudado para melhor e sempre poderemos aprender com as transformações e dores. Poderemos levar alegria, paz e beleza a todos, sem distinção de lugares ou classes socais...
Seja uma borboleta.... Eu sou uma e estou em minha rota... Não vou morrer.. vou renascer.. um dia lagarta, um dia borboleta, um dia sorte... um dia devoradora, mas sempre no meu ciclo... em minha metamorfose ambulante.
Cacau