domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quantas emoções...

Postado por Cláudia Figueiredo às 16:44

Uauuu. Hoje foi um dia atípico. Cheio de emoções. Engraçado que nos últimos dias, coisas que eu venho desejando há muito tempo, começaram a acontecer. Fora minha volta com tudo para o Carnaval 2011, meu telefone toca do nada nesta manhã de domingo e um amigo de faculdade, editor do Correio Brasiliense me liga para saber da possibilidade de que eu cobrisse a ocupação da polícia nos morros do Centro do Rio.Topei na hora.

Engraçado que na época das ocupações da Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão, que imprimiram aquele clima de guerra à cidade, fiquei amedrontada. Não saí de casa por uma semana, mas não tirava os olhos da TV. Morria de inveja de meus colegas que estavam ali no front.

Na verdade, eu queria de volta aquela adrenalina, aquele medo que percorre a espinha, que nos faz suar e respirar rapidamente, e nos mantém vivos. A maternidade me trouxe muitas emoções, mas me privou de outras. E me deparo com a volta numa matéria que eu muito desejei.

Embora a ocupação tenha ocorrido de forma pacífica, o que eu fui buscar nos morros de São Carlos, Coroa e Prazeres não foi o factual. Fui atrás de personagens. De histórias que os outros colegas não teriam. E assim foi.
Cheia de vontade de trazer a melhor matéria possível, acabei ganhando um parceiro. O motorista de táxi que recrutei para o trabalho. Vicente, um professor de Educação Física e taxista nas horas vagas. Pelo jeito adorou a corrida com cara de aventura. Segundo ele, nunca tinha subido tantos morros, mas em nenhum momento demonstrou medo.

Missão cumprida e de volta pra casa, redigi e enviei meu texto. Enquanto torcia para que tivessem gostado da matéria, era insistentemente convidada a participar de uma comemoração pelo vizinho do primeiro andar. Seu namoro de cinco anos tinha chegado ao fim, e a jovem com quem morou durante esse tempo, saía junto com um caminhão de mudança. Ao fitar os olhos dela pela janela, vi que lágrimas desciam por seu rosto. E aquilo doeu minha alma. Me senti profundamente tocada com aquela dor solitária.

Em minutos, amigos chegaram para uma festa improvisada. Muitos risos, cerveja e os gritos de “desce Claudinha” não paravam. Aquilo me irritou. Não quis participar do fúnebre festejo. Horas depois, quando vi que todos os beberrões já haviam partido, resolvi descer e dar um abraço em meu amigo, que no fundo, apesar das aparências, eu sabia que estava mal. Para minha surpresa, telefones tocavam para todos os lados e mulheres avisadas de sua recém-solteirice, já marcavam datas para se instalar em sua casa... Aquilo me deprimiu. Afinal, a outra havia acabado de sair. Recentemente, tive um relacionamento rompido inesperadamente e pensei: ‘Caramba será que fizeram isso comigo também? Comemoraram e me substituiram como uma cueca velha? Rsrsrsrs’... Confesso que acabei deixando escapar umas lágrimas e deixei o recinto o mais rápido possível. Impressionante, como homens e mulheres são seres tão distintos, embora muitas vezes iguais.

Amanhã também terei um dia emocionante, afinal recupero um posto que me foi tirado no final do ano. E como ouvi de uma amiga: ‘O que é nosso, ninguém tira’. Sendo assim, boa sorte pra mim, pra a ex-namorada do meu amigo e também para ele, pois certamente, apesar dos festejos e assédio da mulherada, sentirá falta daquela que o acompanhou durante os últimos anos...

Bjoss
Cacau

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Cláudiaaaaaaaa
Parabéns pelo seu dia atípico rs..
vc é demais...
lindo o que escreveu...triste o morro...mas tão triste como ele são os relacionamentos assim..como do seu amigo...substituidos como peças de automóvel..
Deixe uma lágrima cair..pelo morro...coitados...mas só por eles..ok?não por pessoas que não mereçam...beijossssssss
gláucia

Anônimo disse...

Existe um ditado que diz: Amigo é aquele que te conhece tão bem, que mesmo assim continua sendo seu amigo!
O relacionamento... Às vezes pensamos que realmente conhecemos uma pessoa, passamos anos ao lado dela, e num piscar de olhos o que parece ser um alicerce, vira pó....Será que o conceito relacionamento está mudando? Será que uma aventura com uma pessoa que acabou de conhecer vale mais do que anos de "relacionamento" ?
Onde estão os valores? A cumplicidade? O amor? Se um dia existiu?
Na minha opinião, festinha, bebidas,garotas...etc....são passageiros, mas aquela lembrança de um sorriso, um gesto, um carinho será que se apagam?

Ricardo Geada

Anônimo disse...

A "felicidade" que nos "vendem" Ricardo é superficial e banal...é tipo um macarrão instantâneo, produzido em laboratório..sem conteudo, sem vitaminas...só o pó mesmo..e logo para o pó volta..as pessoas não percebem isso..daí ficam buscando, buscando..mas nem sabem o que...acham que vão encontrar algo perfeito..e não é assim..pq somos humanos..
sentimentos e valores parecem coisas do passado...que pena...
só quem realmente perceber a diferença é que terá alguma chance de encontrar a tal felicidade...
gláucia

Cláudia Figueiredo on 7 de fevereiro de 2011 às 04:53 disse...

Pra mim, o problema é a banalização total da palavra "amor". Da mesma forma que se diz rapidamente "eu te amo", isso é esquecido num simples "Shazan" rsrsrs. Triste pra mim é quem trata o amor desta forma. Existe um ditado que eu adoro: "Quem com ferro fere, com ferro será ferido". Quem tem essa facilidade de substituir "amores", corre o risco de passar a vida sem realmente conhecê-lo e de quebra acabar sozinho.
Cacau

 

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